INTOCÁVEIS
- Giovanna Neves da Silva
- 5 de jul. de 2021
- 3 min de leitura

O filme “Intocáveis” foi lançado na França em 02 de novembro de 2011, dirigido e escrito pelos cineastas franceses Olivier Nakache e Éric Toledano. O filme é baseado em uma história real e conta sobre o encontro que acontece entre Philippe e Driss, dois homens totalmente diferentes e que estão em classes sociais distintas. A história acontece em Paris, na França, Philippe é um milionário que após sofrer um acidente fica tetraplégico e só vive com os cuidados diários de cuidador ou acompanhante. Já Driss, é um homem que quando criança foi trazido do Senegal por seus tios, que pertenciam a uma baixa classe social e cresce em um bairro simples onde a maioria dos habitantes são trabalhadores comuns tentando se sustentar, por conta da marginalidade presente Driss vai para um caminho não favorável, onde vive de seguros-desemprego e não tem uma qualidade de vida boa.
Em um simples encontro na busca de uma assinatura para ganhar seu seguro-desemprego Driss conhece Philippe, que fica impressionado por Driss não querer um emprego, mas apenas viver às custas do seguro-desemprego. Philippe chama Driss para ser seu cuidador e a partir disso os dois criam uma ótima relação e se tornam amigos, posso dizer que melhores amigos pois a relação que se cria entre eles é muito forte e em poucos minutos de filme após Driss aceitar o emprego percebi que eles se tornariam amigos e teriam uma forte relação.
Ao assistir o filme percebi que ele se encaixa com a nossa realidade, de uma maneira suave e divertida o filme aborda temas sociais que, de certa forma, são polêmicos e geram diversas opiniões. Driss pode ser comparado a um jovem brasileiro negro que vive na periferia e por ser de lá já tem suas expectativas de vida diminuídas e sofre o preconceito, principalmente, de pessoas brancas com alto poder aquisitivo. Philippe, por ser deficiente, pode ser comparado às pessoas ricas que de certa forma são mais solitárias e são cercadas de pessoas que só se importam com sua posição social e seus recursos financeiros. Os dois estão em camadas sociais distintas e, um mais que o outro, são vistos com outros olhos, Philippe é visto como um mero deficiente e que sempre as pessoas devem sentir pena dele, já Driss, é visto como um mero negro que não teve futuro e que é perigoso.
A parte que mais me tocou nesse filme (agora falando de uma maneira subjetiva), é a bondade que existia dentro dos dois e essa característica de ser maior em pensamentos do que as outras pessoas. Pois mesmo sendo de lugares diferentes se tratavam como um só, como seres humanos, independente da raça, cor, e estado físico. Atualmente muita se fala sobre inclusão social e respeito pelo outro, mas sabemos que colocar isso em prática é mais difícil de acontecer. O filme traz esse assunto à tona de uma maneira tênue, mas que ainda impacta o espectador.
Gostei muito da obra e tenho mais pontos positivos que negativos. O filme deixa claro a mensagem que quer passar, maior inclusão e respeito, os personagens são ótimos e os atores escolhidos se encaixaram perfeitamente no papel. A proposta de lidar com esse tema de uma maneira mais leve facilita com que o espectador entenda e traga essas ideias para sua realidade. Um ponto negativo, que não é bem negativo, mas que pode ser levado com um ponto de atenção é que o filme poderia conter mais da história dos dois, falar mais de sua realidade antes de encontro e deixar o filme mais conteudista pois assim traria mais impacto a mensagem passada.
O filme com certeza é relevante para o contexto atual de nosso mundo, vemos que cada vez mais as pessoas se afastam uma das outras, não respeitam umas as outras e não se importam com o bem-estar coletivo. Por todos os acontecimentos sociais e históricos que passamos essas coisas deveriam já estar em nós, mas não estão, então, o filme traz essa mensagem de alerta para avaliarmos nossos conceitos e como olhamos o outro já que todos nós somos seres humanos, independentemente de nossas particularidades.
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